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CNI corta previsão de crescimento e aponta perda de US$ 5 bi nas exportações com tarifaço dos EUA
Tarifas americanas elevadas podem reduzir superávit comercial em 14% e pressionam crescimento da indústria nacional
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reduziu de 2% para 1,7% a estimativa de crescimento da indústria em 2025, em meio aos efeitos dos juros altos e ao agravamento do cenário externo. O Informe Conjuntural divulgado nesta terça-feira mostra que, apesar do corte, a projeção para o PIB brasileiro foi mantida em 2,3%, sustentada pelo avanço da agropecuária, cuja alta prevista subiu de 5,5% para 7,9%, e pelo mercado de trabalho aquecido.
Um dos principais fatores de incerteza é o tarifaço do governo dos Estados Unidos, que impôs alíquota de 50% a parte das exportações brasileiras. A CNI calcula que a medida deve reduzir em mais de US$ 5 bilhões o valor exportado neste ano, levanto a uma queda da projeção para US$ 341,9 bilhões. Com isso, o superávit comercial deve cair 14% em relação a 2024, para US$ 56,6 bilhões.
Segundo do diretor de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles, a política comercial americana ameaça o desempenho da indústria nacional.
— Grande parte da redução nas exportações se deve ao aumento das tarifas dos EUA sobre produtos brasileiros. É importante que essas taxas adicionais sejam reduzidas, pois as medidas compensatórias anunciadas pelo governo são positivas, mas não são capazes de substituir o mercado americano para um número grande de empresas e setores.
A indústria de transformação deve avançar apenas 1,5% em 2025, após crescer 3,8% no ano passado. Já a construção deve ter alta de 2,2%, puxada pelo Minha Casa, Minha Vida, e a indústria extrativa deve crescer 2%, impulsionada pela produção de petróleo. O setor de serviços, por sua vez, deve registrar expansão modesta de 1,8%.